Você sabia que o Paraná possui uma rede composta por sete universidades estaduais e cinco universidades federais distribuídas em todas as regiões e que produz muito conhecimento e ciência? Sim, o Paraná faz ciência de altíssima qualidade.
Considerando as sete universidades estaduais juntas ofertam 11,8 mil vagas pelos vestibulares, com cursos presenciais em 32 municípios e na modalidade à distância em outros 240, envolvendo 60 polos.
Com ensino público e gratuito, o Sistema Estadual de Ensino Superior compreende as seguintes instituições: Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Com essa distribuição geográfica, milhares de professores, alunos e servidores técnicos estão trabalhando em programas e projetos de ensino, pesquisa e extensão para produzir conhecimento que envolve muita ciência, tecnologia e inovação. E o reconhecimento vem de publicações como a Revista Times Higher Education (THE), do Reino Unido, que promove um ranking que, este ano, colocou as universidades do Paraná entre as melhores da América Latina e Caribe.
Muitos não sabem ou não se dão conta da importância das Instituições estaduais de Ensino Superior (IEES) para a produção científica brasileira. Nem percebem que em cada universidade, muitos dos trabalhos de pesquisa estão relacionados à realidade e necessidades da sociedade. E mais: é bem provável que você, em sua cidade, esteja sendo beneficiado por uma tecnologia ou inovação que foi produzida numa universidade que está a poucos quilômetros de distância.
Para diminuir cada vez mais essa distância há uma solução que propõe resolver esse problema.
Em 2019, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) criou estratégias para melhorar a comunicação entre universidades e a sociedade. Como uma espécie de ‘ponte’, neste ano, ganha versão presencial no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL): a Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, evento denominado Paraná Faz Ciência 2023 (PrFC).
Aos moldes da já consolidada Semana Nacional de Ciência, Tecnologia (SNCT), que está em sua 20ª edição, a proposta nasceu para dar visibilidade à produção científica do Estado com a união de esforços do governo e das universidades.
A primeira edição do Paraná Faz Ciência foi realizada em 2021, em plena pandemia, de forma remota, assim como em 2022. Todos os conteúdos dos dois eventos estão disponíveis no site Paraná Faz Ciência, incluindo textos, vídeos, podcasts com todas as informações sobre as pesquisas realizadas em nossas instituições.
O PrFC, segundo enfatiza o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, representa a retomada, agora em 2023 presencial, do encontro anual em torno da produção científica e tecnológica. “O Estado irá reunir as expertises em termos de ciência e tecnologia em um diálogo permanente para promover debates que orientem o fomento da ciência no Paraná e, ao mesmo tempo, celebrar o que vem sendo realizado com foco no desenvolvimento regional sustentável”, afirmou.
Conteúdos do Paraná Faz Ciência estão disponíveis na internet (Foto/Internet)
Qual a dificuldade da ciência?
Quando o assunto é produção científica, nem sempre fica claro para as pessoas como se dá o processo. Vimos durante a pandemia que a ciência foi colocada à prova, com a necessidade de uma vacina efetiva para conter o Sars-Cov-2 e seus efeitos letais para a saúde humana. Mas como ‘criar’ e produzir uma vacina em escala mundial em tão pouco tempo? Este feito da ciência foi possível porque há décadas projetos de pesquisas estavam sendo desenvolvidos nos laboratórios das universidades e centros de pesquisas.
Quando veio a pandemia, graças ao esforço e resiliência de milhares de pesquisadores pelo mundo, e também no Brasil, a resposta da ciência veio rápida com a vacina e formas de tratamento para impedir o agravamento da Covid-19. Vale ressaltar que, naquele contexto, além da proliferação do vírus, as fake news atingiram em cheio a credibilidade da ciência, impedindo que milhares de vidas fossem salvas. Porém, o conhecimento científico e os cientistas, mais uma vez, fizeram sua parte.
Com a missão de promover a ciência produzida no Estado, na linha de frente da estratégia da Seti está o diretor de Ciência e Tecnologia e coordenador da Comissão Organizadora do Paraná Faz Ciência 2023, Marcos Aurélio Pelegrina, que este ano acontece na UEL.
“Desde o início da gestão, em 2019, propusemos grandes reformas na Ciência e Tecnologia no Paraná e várias ações de planejamento, tudo dentro de uma estratégia para que a produção científica chegasse aos paranaenses”, relembra o diretor.
Para Pelegrina, o grande desafio da ciência brasileira é vencer esse gap, esse vazio que impede o resultado obtido pelos cientistas chegar à população. “Por isso, estamos empenhados em desenhar novas ferramentas de divulgação científica, investindo para popularizar e valorizar a ciência”, enfatiza.
São vários os exemplos de estratégias para a divulgação científica do governo do Paraná. Além de eventos anuais com o Paraná Faz Ciência, que entra no calendário oficial estadual, há ainda ações para levar às escolas de Ensinos Fundamental e Médio mostras das pesquisas desenvolvidas em nossas universidades, bem como investimentos em museus, parques tecnológicos e, como não poderia deixar de ser, ampliar e consolidar a divulgação científica na internet.
Como um dos pontos centrais das estratégias definidas pela Seti e pela Fundação Araucária (FA), para incrementar a produção e divulgação científica, criou-se os Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação, os NAPIs. A proposta tem atraído um número cada vez maior de integrantes e gerado novas demandas de criação nas mais diversas temáticas ligadas à Agricultura e Agronegócio, Biotecnologia e Saúde, Energias Sustentáveis, Cidades Inteligentes e Sociedade, Educação e Economia.
O próprio Conexão Ciência – C² faz parte deste conjunto de estratégias, como uma plataforma multimídia para divulgar e promover a ciência paranaense, integrando o NAPI Paraná Faz Ciência. No ar há dois anos, o C² é formado por uma equipe de divulgadores científicos, jornalistas e graduandos, que trabalham para publicar informações sobre os projetos de pesquisadores que fazem ciência no Paraná, além de contribuir para a formação de novos profissionais na área.
Educação para a Ciência
A professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Débora de Mello Gonçales Sant’Ana, é uma entusiasta da ideia de termos uma ciência acessível aos cidadãos, permitindo que as pessoas tenham acesso a informações e estajam próximas dos centros de pesquisas e do conhecimento produzido. É o que ela chama de ‘alfabetização científica’. Para Débora, esse é o objetivo final da divulgação da ciência.
“Um povo que tem cultura científica é capaz de exercer a cidadania de forma mais crítica, plena, seja nas atividades cotidianas como o consumo, seja na tomada de decisões e escolhas que a vida nos impõe a todo momento”, reflete a professora. Como uma das articuladoras do Paraná Faz Ciência, Débora acredita que, ao conhecer os princípios, métodos e o rigor da ciência, as pessoas terão ferramentas para enfrentar temas polêmicos, principalmente, os envoltos em fake news.
Para o desenvolvimento de uma cultura científica, é preciso, segundo a professora, de bases sólidas para uma educação voltada para a ciência, seja na educação formal ou não formal. “Também é preciso despertar e fortalecer na comunidade o interesse para consumir temas de ciência e tecnologia, para além das tragédias e curiosidades macabras”, completa.
É preciso lembrar, também, que, do outro lado da divulgação científica, há os pesquisadores, aqueles que produzem conhecimento, mas que nem sempre têm tempo, recursos ou aptidão para divulgar o próprio trabalho. Nesse momento entram as políticas públicas de divulgação científica como uma prioridade de governo que acredita na ciência aberta, ou seja, com maior transparência nos recursos e seus objetivos.
“Quando as pessoas entendem e apoiam a ciência, concordam com o financiamento das pesquisas, apoiam e acreditam nos cientistas, sabem como está sendo feito o desenvolvimento científico, é melhor para a sociedade e também para os cientistas”, diz.
Débora está otimista na relação entre cientistas e comunidade, através da divulgação científica. “O Paraná tem uma peculiaridade importante por ter uma rede de universidades públicas, estaduais e federais, o que é raro e enriquecedor e permite maiores possibilidades geográficas”, finaliza.
Então, vamos combinar: a próxima vez que você passar em frente de uma das sete universidades estaduais esteja de mente aberta para visitar e conhecer, presencial ou remotamente, o que está sendo produzido de ciência no Paraná.
Você irá se surpreender!
Para mais informações, dê um play no podcast Conexão Paraná Faz Ciência!
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Texto: Silvia Calciolari
Supervisão de texto: Ana Paula Machado Velho
Arte: Mariana Muneratti
Supervisão de arte: Tiago Franklin Lucena
Edição Digital: Gutembergue Junior
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A pesquisa que mencionamos contribui para os seguintes ODS: