Ciência feita no Paraná tem nome e sobrenome

‘Paraná Faz Ciência’ é uma política de estado para promoção da Ciência através de ações e eventos de divulgação científica

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2023 é um ano especial para a ciência e os cientistas paranaenses. 

Por que especial? Porque, pela primeira vez, de forma presencial, pesquisadores, professores, alunos e comunidade em geral estarão reunidos durante uma semana para viver uma experiência relevante, inusitada e vibrante com a ciência. 

De 6 a 10 de novembro, acontece, no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a 3ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, evento de divulgação científica, agora denominado ‘Paraná Faz Ciência’ (PrFC). 

Os entusiastas da Ciência garantem que a data tem tudo para entrar para a história do ensino superior do Paraná e, porque não afirmar, do Brasil. Exatamente por isso, esse momento é especial.

Bacana, né? Mas antes de continuar, é preciso lembrar que o Paraná Faz Ciência já possui duas edições – 2021 e 2022 – que aconteceram de forma remota, em plena pandemia. Você acessa todo o conteúdo no site do evento. 

Mas o que é exatamente o Paraná Faz Ciência 2023? 

É uma iniciativa do governo do Estado para estimular e promover a ciência ao reunir diversas estratégias para incrementar a divulgação científica e levar para a comunidade o que está sendo produzido nas universidades. 

Portanto, durante uma semana de novembro todos podem conhecer in loco as principais pesquisas que estão sendo desenvolvidas nas sete universidades estaduais: Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Também participam desta edição a Universidade Federal do Paraná e Institutos Federais de Pesquisa, além de instituições de ensino superior particulares, somando 16 entidades parceiras. 

Nesta terceira edição, a expectativa dos idealizadores é transformar o Paraná Faz Ciência na UEL numa grande celebração da ciência paranaense, criando a oportunidade para divulgar e promover as pesquisas que estão sendo desenvolvidas e expor as tecnologias e inovações que beneficiam toda a sociedade. 

Para esse desafio, o diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL, professor Eduardo Araújo, também coordenador da comissão organizadora do campus, explicou ao Conexão Ciência C² como foi viabilizar o evento.

“A primeira medida estabelecida pela comissão foi alterar o calendário acadêmico. Após conversarmos e sensibilizarmos os professores sobre a importância da participação integral da universidade decidimos que não haverá aula durante a semana do Paraná Faz Ciência”, explica.

Calma. Tem evento, mas não é folga, não! 

O professor Eduardo Araújo, da UEL, está à frente da comissão organizadora do Paraná Faz Ciência 2023 no campus (Foto/Arquivo Pessoal)

A dinâmica, segundo Araújo, será assim: No dia e horário da aula, professores e alunos se encontram no campus para escolher quais dos eventos devem participar e a ação é lançada no livro de registro como dia letivo. A extensa programação prevê diversas atividades e conta com seis eixos temáticos que estão distribuídos em oficinas, palestras, apresentação de projetos e atividades culturais. 

Acreditem, não faltará conteúdo nesta semana especial da ciência.

Mostra Interativa

Como o objetivo do PrFC 2023 é atrair a atenção dos visitantes, a ideia é abrir as portas, literalmente, da universidade para que possam conhecer o dia-a-dia dos alunos e pesquisadores que fazem da Ciência do Paraná uma das melhores da América Latina.

Neste contexto, o professor Araújo destaca a Mostra Interativa como o carro chefe do evento científico na UEL, que pretende ‘fisgar’ os visitantes para o que está sendo pesquisado em termos de ciência e tecnologia.

“Vamos fazer, com empenho maior, com que os pesquisadores mostrem seus projetos nos centros de estudos, onde cada departamento irá organizar uma exposição, no próprio espaço físico, do que está sendo feito. O visitante terá o que visitar em todo campus e nas mais diferentes áreas do conhecimento”, ressalta. 

Haverá, também, tendas em que cada universidade ou instituto terá um estande para expor seus projetos, que estarão acessíveis para quem estiver no campus. Afinal, a ideia é que os visitantes possam conhecer o que está sendo produzido em todos os centros de pesquisa do Paraná.

Outra oportunidade que o Paraná Faz Ciência promoverá para os visitantes que tiverem curiosidade e tempo será acompanhar a apresentação dos projetos desenvolvidos pelos alunos da graduação da UEL, seja da iniciação científica ou extensão. “A cada ano, os alunos devem apresentar, obrigatoriamente, o resultado de suas pesquisas e desta vez, como novidade, a comunidade poderá acompanhar”, esclarece.

Ele lembra que, normalmente, estas apresentações dos trabalhos já movimentam de 1.500 a 2 mil pessoas no campus. “Nessa semana especial, com a presença de pessoas de fora, alunos e professores de outras instituições, além de moradores da região, a expectativa é de tenhamos aproximadamente 30 a 40 mil pessoas circulando no campus”, acredita o coordenador.

Visitas técnicas

E as estratégias para difusão dos conhecimentos científicos não param por aí. Haverá também o que se denominou Visitas Técnicas, quando os participantes do Paraná Faz Ciência poderão conhecer vários espaços abertos à visitação que abrigam diversos projetos de ensino, pesquisa e extensão.

Muita gente não sabe, mas há vários locais para serem visitados numa universidade, e na UEL não é diferente. Quem comparecer no campus na segunda semana de novembro poderá conhecer os museus de História, Zoologia e de Ciência e Tecnologia. Neste último fica o Planetário de Londrina, um projeto de extensão que é aberto ao público, sempre com agendamento, mas que no PrFC estará aberto à visitação.

No circuito das Visitas Técnicas também estão incluídos o Orquidário e Herbário, espaços de conhecimento e aprendizado para todas as idades. Ao todo, serão 66 espaços para visitação que estarão preparados para promover o encontro entre a Ciência e o cidadão.

“Todos estes espaços estarão abertos aos presentes, que podem caminhar através do calçadão dentro da UEL que atravessa o campus e dá acesso aos centros de estudos e seus departamentos. Será possível ainda fazer uma imersão num laboratório de pesquisa, podendo interagir com equipamentos de ponta como um microscópio eletrônico que auxilia nas pesquisas de ponta realizadas na UEL”, completa.

Para completar a programação, ainda haverá palestras, oficinas e apresentações culturais e  artísticas durante a semana. 

Pós-pandemia

“Este é o primeiro grande encontro presencial de importância e relevância realizado pela Universidade de Londrina após a pandemia, o que gera uma responsabilidade muito grande em termos de organização e logística”, destaca a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Sociedade – PROEX/UEL, a professora Zilda Andrade. São muitos detalhes que compõem a realização de um evento desse porte ao envolver alojamento, transporte, estandes, infraestrutura aos visitantes e expositores.

Como coordenadora adjunta da comissão que organiza o Paraná Faz Ciência 2023 na UEL, Zilda salienta a importância e relevância para a universidade que é mostrar a sua produção e de outras instituições públicas e privadas, todas juntas para uma troca de conhecimento. 

A professora da UEL, Zilda Andrade, acredita num fortalecimento na relação entre universidade e sociedade após o evento (Foto/Arquivo Pessoal)

“Acredito que, depois do evento, haverá o fortalecimento na relação da comunidade com a universidade, porque você não tem universidade sem cumprir esse papel social”, justifica. Para ela, investir em divulgação científica é fundamental para demonstrar a relevância da Ciência, o que as universidades estão fazendo, como o corpo técnico e estudantes estão levando o conhecimento à sociedade e como todo esse movimento se retroalimenta. 

Pesquisadora na área da Comunicação, Zilda Andrade lembra que sempre defendeu, nos espaços que ocupou na universidade, a importância de apostar no relacionamento entre a universidade e a sociedade. “Agora tenho o privilégio de estar vivendo esse movimento, onde a Comunicação está fazendo e demonstrando, não só falando, o que é benéfico para as duas partes”, completa.

Jornalismo Científico

Quando o assunto é a difusão das ações das universidades em prol da Ciência, um dos pilares para o reconhecimento do ensino superior, o jornalismo científico aparece como herdeiro deste desafio.

Tanto é verdade que um dos eventos acadêmicos programados para o Paraná Faz Ciência 2023 propõe o debate sobre a relevância da divulgação científica ao apresentar à sociedade o impacto da ciência que é produzida na Academia. 

Neste sentido, será realizado o 1º Encontro de Editores e Jornalistas Científicos do Estado do Paraná, uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG) da UEL, em parceria com a Coordenadoria de Comunicação Social (COM).

A coordenadora do Conexão Ciência C², a professora Ana Paula Machado Velho, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), participará do encontro, apresentando a experiência do projeto de extensão C², uma plataforma multimídia de divulgação científica, que comemora dois anos no ar produzindo matérias com pesquisadores das sete universidades estaduais.

“É muito importante esta iniciativa da UEL em chamar esse encontro onde vamos discutir os desafios para ampliar e fortalecer o jornalismo científico no Paraná, através de experiências como o Conexão Ciência, que tem como proposta ir além da comunicação institucional das universidades”, afirma.  

A jornalista e docente da UEM, Ana Paula Machado Velho, vai contar a experiência do Conexão Ciência C² em encontro sobre Jornalismo Científico (Foto/Arquivo Pessoal)

Jornalista de formação, Ana Paula lembra que, há pelo menos dez anos, houve um movimento de se discutir a importância do jornalismo especializado nas universidades como estratégia de popularizar a ciência produzida nas Instituições. É importante salientar que as Assessorias de Comunicação (Ascom) não têm pernas para dar conta do institucional e mais o conteúdo científico. 

“Depois de vencer muitos obstáculos de recursos e pessoal, o C² foi possível com a ajuda da Seti e fomento da Fundação Araucária, representando a realização de um sonho de ser um veículo on-line de comunicação educativo e formativo do universo da ciência”.

Atualmente, a equipe do Conexão Ciência é composta por jornalistas graduados, professores e alunos de graduação e pós-graduação de diversas áreas do conhecimento, todos bolsistas no projeto. Com a proposta de divulgar a produção científica, o C² abriu espaço para as sete universidades estaduais, que ajudam na definição de temas e pautas, na apuração e produção das matérias, inclusive, escrevendo os textos.

“É fantástico ver o compromisso da equipe com a divulgação científica. Temos o pessoal da do curso de Comunicação da UEL, mas também da UEPG, Unioeste, Unicentro, UENP, Unespar e, claro, da UEM, onde tudo começou. Muitas destas pessoas não são jornalistas, mas participam do processo de produção, sempre com supervisão, o que mostra a beleza do C²”, explica Ana Paula.

Como o Paraná Faz Ciência 2023 é um evento de divulgação científica, vale ressaltar que as palestras noturnas terão transmissão on-line pelo canal da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná no Youtube. Já o evento ‘Semana Geral dos NAPIS’ será transmitido no canal da Fundação Araucária.

No site e no Instagram do Paraná Faz Ciência, é possível conferir a programação completa, bem como conteúdo mostrando tudo o que acontecerá durante o evento. Há ainda o jornal eletrônico da Agência de Notícias da UEL, o Perobal, que está fazendo ampla cobertura.

Se quiser saber mais, ouça o podcast Conexão Paraná Faz Ciência 2023 que preparamos com muito mais informação.

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Texto:
Silvia Calciolari
Supervisão de texto: Ana Paula Machado Velho
Arte: Leonardo Rasmussen
Supervisão de arte: Tiago Franklin Lucena
Edição Digital: Gutembergue Junior

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