Conheça 6 filmes sobre ciências para ver no streaming

A equipe do Conexão Ciência separou alguns filmes interessantes sobre ciências para o período de férias

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No final do século XIX, Alice Guy-Blanché foi responsável por produzir o primeiro filme no mundo com uma narrativa cinematográfica. A história gravada, provavelmente em 1896, foi chamada de A Fada do Repolho, trazendo em cena um antigo conto francês. Guy-Blanché foi a primeira cineasta mulher e uma das mais relevantes personalidades para a história do cinema. 

Para fazer seu filme, Alice teve acesso a diversos inventos no campo da óptica e fotografia, frutos de pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento. Então, podemos concluir que o cinema que conhecemos hoje não foi uma invenção de uma pessoa, mas a soma de diversos inventos e pesquisas que lançavam cientistas e curiosos, como Guy-Blanché, para o campo da experimentação. O cinema é uma arte própria da revolução industrial, um produto de uma era onde outras máquinas surgiam e eram empregadas nas indústrias. 

Portanto, Alice é uma das pessoas que devemos agradecer quando formos colocar os pés para cima para assistir um filme durante as férias, seja naquele dia chuvoso e tranquilo, seja no período em que os familiares invadem nossas casas para as festas de fim de ano. Quando você estiver se arrumando naquele cômodo ainda desconhecido da invasão familiar, você também deve lembrar e agradecer a outras pessoas que possibilitaram esse seu período de paz em meio ao caos.

Outros dois nomes, geralmente mais lembrados que Alice, contribuíram para criação e experimentação de máquinas ópticas: os irmãos Lumiére. Eles são reconhecidos como os pais do cinema, porque que criaram e exibiram, em um café em Paris, em 1895, o cinematógrafo. Outras invenções do período também foram exibidas em feiras internacionais e conquistaram a imaginação das pessoas da época. Dizem que a lâmpada elétrica de Thomas Edison, por exemplo, também muito importante para o cinema, foi exibida na exposição internacional de Eletricidade em Paris em 1881. 

A luz e a claridade do cinema encantavam de fato. É possível perceber, portanto, que a primeira exibição não era mero entretenimento e diversão, mas, sim, uma demonstração científica, para pessoas que se interessavam por pesquisas no campo da cinemática e seus convidados. Assim, a máquina do cinema nascia atrelada a uma visão de mundo, de mãos dadas com a ciência e o espírito de invenção que imperava naquela época.

Não é de se espantar, então, que cinema, ciência e tecnologia guardem ainda mais relações, como pode ser visto na premiação técnica do Oscar, em que inventores e inventoras são premiados por inovações relevantes para o campo. Técnicas, câmeras, e sistemas de engenharia e de som, utilizados em pequenas a grandes produções, são alguns dos exemplos dessas tecnologias. 

No livro “Lab Coast in Hollywood: Science, Scientists, and Cinema”, o autor David A. Kirby examina as diversas interações entre o cinema e os cientistas que vão desde consultores da ciência, empregados em filmes como “Procurando Nemo”, até filmes que influenciam investigações científicas.  

Mas essa relação também atinge a própria temática do filme. Temos cientistas como protagonistas e reflexões sobre ética e consequências das pesquisas, como no clássico Frankenstein, que recebeu o nome do cientista e não do monstro, como muitos imaginam. E desde os primórdios, temos filmes que sinalizam para uma corrida espacial, ainda que misturem astronomia com uma visão mítica da lua, como em “A Viagem à Lua” de 1902, reconhecido como o primeiro filme de ficção científica a utilizar técnicas de efeitos especiais. 

Viagem à Lua (1902)

Além disso, temos obras primas que apresentam visões sobre a tecnologia (“2001: uma odisséia no espaço”) e cinebiografias de cientistas, como o filme “Uma Mente Brilhante”, sobre o matemático John Forbes Nash Jr. 

Esses vínculos entre ciência e cinema vão muito mais além do que se é representado nas telas. Atualmente, os pesquisadores tentam compreender além dos aspectos da linguagem e da cognição envolvidos na apreciação de um filme, a possibilidade de se associar o pensamento cinematógrafo com a noção de tempo, espaço e memória. Filmes são registros documentais e arqueológicos do tempo e da cultura de diferentes povos e merecem ser preservados. 

Atualmente, também temos o encontro da área do cinema com a neurociência e pesquisas no campo do neurocinema e do cinema enativo, de filmes que mudam a estrutura narrativa de acordo com o estado emocional daquele que o assiste. Cientistas e cineastas continuam experimentando juntos. 

Pensando nessa ligação mais forte que a de Claudinho e Buchecha, a equipe do Conexão Ciência selecionou alguns filmes para assistir nesse período mais que merecido de descanso. Filmes biográficos de cientistas, documentários e outros que aliam ciência e cinema.

Além desses filmes selecionados, alguns outros filmes importantes podem ser vistos fora das plataformas, com qualidade, muitas vezes, questionável, mas fica a critério de cada um. A internet tem alternativas para todos os gostos.

“O ponto de mutação”, de 1990, de Bernet Amadeus Capra, é um deles, assim como “Admirável mundo novo”, de 1998, baseado na obra de Aldous Huxley e dirigido por Leslie Libman e Larry Williams, e “Viagem ao fundo do mar”, de 1961, dirigido por Irwin Allen e tantos outros.

O conteúdo desta página foi produzido por

Texto: Rafael Donadio e Tiago Lucena
Supervisão: Ana Paula Machado Velho
Arte: Murilo Mokwa
Supervisão de Arte: Thiago Franklin Lucena
Edição Digital: Gutembergue Junior


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