MUDI propõe a conexão entre Cultura Oceânica e o Agro

A imagem, em tons de azul, mostra uma paisagem rural com plantações, árvores, um lago com peixes, um trator e um barco em um campo curvado. O estilo é artístico e texturizado, remetendo a uma cena harmoniosa entre agricultura e natureza. No canto inferior direito estão os créditos: “© Conexão Ciência | Arte: Lucas Higashi”.
A Expoingá 2025 tem como eixo central os impactos das mudanças climáticas e muitas novidades

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Em tempos em que a tecnologia e a inovação nos conectam a todos, o tempo todo, por que não levar essa ideia ao limite e promover uma conexão entre ciência, cultura oceânica e agropecuária? Ora, alguns dirão que são áreas, digamos, sui generis, distintas demais em seus princípios para estarem relacionadas. 

Pois bem, a natureza observadora e especulativa da ciência em seus processos de produção do conhecimento permite supor que há, sim, há uma conexão entre todas estas ideias, aparentemente desconexas.

Pensemos: vivemos em um mundo em que as mudanças climáticas afetam as populações de todo o planeta e nos colocam em alerta por causa dos seus impactos severos e extremos. Neste contexto, a água, seja doce ou salgada, um dos elementos vitais para todos os seres vivos, pode nos faltar caso vivamos a emergência do clima anunciada pelos cientistas há décadas.

E é exatamente para provocar uma reflexão nas pessoas de todas idades que o Museu Dinâmico Interdisciplinar, da Universidade Estadual de Maringá (MUDI/UEM) participa da 51ª edição da Exposição Agropecuária de Maringá, a Expoingá, evento realizado pela Sociedade Rural de Maringá (SRM). Este ano, ocorre de 8 a 18 de maio, no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, com o tema “O Agro Conecta”.

A participação do Museu da UEM se relaciona com essa proposta. A Exposição em 2025 ganhou o nome de “MUDI: Conectando a Ciência, a Tecnologia e a Cultura Oceânica com o Agro”. A ideia é trabalhar a questão das mudanças climáticas em sintonia com o tema central da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que acontece todos os anos em outubro.

A imagem colorida mostra uma exposição com vários itens sobre ciência e diversas pessoas observando e caminhando pelo ambiente. Em primeiro plano, há mulheres de camiseta azul, algumas crianças também de camisetas azuis e mochilas escolares.
Em 2024, a exposição do MUDI na Expoingá atraiu mais de 300 mil visitantes (Foto/Bruna Mendonça)

Promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Semana Nacional terá como mote “A Mobilização Nacional pela Cultura Oceânica”, evento que marca o protagonismo do país na Década da Ciência Oceânica promovida pela UNESCO. 

“Aproveitando que este ano a Expoingá traz o tema ‘O Agro Conecta’, nós pegamos mais esse gancho para apresentar uma exposição que discuta ciência, tecnologia, inovação, cultura oceânica com a água, promovendo múltiplas conexões entre questões ambientais e o agronegócio”, justifica o coordenador do MUDI, o professor da UEM Celso Ivam Conegero.

Para o coordenador, a ideia é chamar a atenção da população para os impactos das mudanças climáticas na biodiversidade. “Queremos discutir a biodiversidade esse ano, através dessas exposições que estejam relacionadas à cultura oceânica”, completa.

Entre as atrações pensadas, uma das novidades é a Exposição Cultura Oceânica, que mostrará aos visitantes informações com maior enfoque na Amazônia Azul e o Continente de Lixo.  Haverá ainda uma exposição de conchas marinhas, que vai mostrar um pouco do processo da evolução desses seres no planeta Terra.

a imagem mostra várias pessoas de costas a observar uma mulher, de cabelos loiros, na altura do ombro, vestindo uma blusa vermelha com um coleta laranja, dentro de um equipamento com vários círculos coloridos, formando um giroscópio que imita a gravidade zero.
Sempre uma sensação, o Giroscópio Humano simula a gravidade zero experimentada pelos astronautas em treinamento (Foto/Bruna Mendonça)

Mas não é só isso, o MUDI leva para a Expoingá 2025 vários ambientes, entre eles o do Projeto Tabagismo, da Arqueologia e da Física, além do Giroscópio Humano. O Centro de Ciências Agrárias vai apresentar vários projetos de extensão que são desenvolvidos na UEM voltados à agricultura. 

Haverá ainda o projeto Logística Reversa, que trabalha com os materiais a serem descartados, e a Matemativa, um ambiente totalmente interativo, que permite a manipulação das peças e torna o aprendizado mais dinâmico e envolvente, mostrando como a matemática pode ser divertida.

A presença do Museu na Expoingá tem o apoio da Associação dos Amigos do MUDI (AMUDI).

MUDI na história da Expoingá

A parceria do MUDI com a SRM é antiga. Nos anos 1990, quando o espaço ainda era parte do Projeto de Extensão, Centro Interdisciplinar de Ciências (CIC), desenvolvido na UEM desde 1985, tendo como principal diretriz a integração da universidade com o ensino fundamental e médio e comunidade em geral. A aproximação veio no contexto do programa do governo do Estado, o “Fera Com Ciência”, e desde então tem sido intensificada a cada edição da Expoingá.

“Naquela época, a equipe do CIC participava de várias exposições agropecuárias pelo Paraná, ainda sem temáticas específicas e levando o que tínhamos de acervo disponível”, relembra Conegero.

A imagem colorida traz várias pessoas observando uma exposição que representa o bioma Mata Atlântica brasileiro, onde há diversas plantas e no centro há uma uma onça pintada taxidermizada, ou empilhada, ao lado de outros animais.
Este ano, o MUDI levou para a Expo Umuarama a exposição Bioma Mata Atlântica (Foto/Guilherme Nascimento dos Santos)

A partir de 2019, com a nova diretoria composta por Maria Iraclézia de Araújo, presidente, e o apoio de Ademir Teixeira de Moraes, primeiro secretário, foi organizada a primeira exposição do MUDI já com a temática dos dinossauros: “Passado e presente da biodiversidade”. Houve ainda uma parceria extra, em 2022, para a revitalização do horto didático de espécies exóticas e jardinagem, que contou com a assessoria dos especialistas do museu para compor a estrutura de paisagismo do parque. 

Ano passado, o tema foi ‘MUDI Consciência: Tradição, Inovação e Sustentabilidade” com uma exposição que ocupou 500 metros quadrados no Pavilhão Branco e mobilizou mais de 100 pessoas na organização, entre professores, alunos, monitores, voluntários e técnicos da UEM, além dos parceiros de outros cursos. Esta mobilização deve se repetir este ano para que o MUDI cumpra seu objetivo de popularizar a ciência por meio de ações que levam o conhecimento à sociedade. 

O MUDI integra a Rede de Museus, Centros de Memória, Documentação e Acervos Universitários do Estado do Paraná (Remup) e o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Conectando Memória e Inovação. Todas as ações desenvolvidas no Museu podem ser acompanhadas no site Notícias do MUDI e no Instagram

A cada ano, a população tem entendido que os museus não são apenas espaços para preservar e expor acervos antigos. Os museus universitários têm sido cada vez mais um ambiente de preservação, claro, mas também de ensino, pesquisa e extensão, envolvendo professores e alunos de diversas áreas do conhecimento. 

E mais: é possível encontrar muita ciência, tecnologia e inovação, tudo organizado para ser atrativo e facilitar o aprendizado das questões que nos afetam a todos como a água, a produção de alimentos e, principalmente, a sobrevivência, enquanto seres que habitam a Terra. 

Afinal, não existe planeta B!

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Texto:
Silvia Calciolari
Revisão de texto: Ana Paula Machado Velho
Arte: Lucas Higashi
Supervisão de arte: Lucas Higashi
Edição Digital: Guilherme Nascimento

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