Todos os dias, muitos pesquisadores se debruçam em estudos dedicados a encontrar a cura do câncer ou uma solução para aprimorar seu tratamento. Uma dessas pesquisas ocorre na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Desde 2019, o estudante do quarto ano de medicina César Agostinho Ferreira atua como pesquisador na área de Anatomia Patológica e Patologia Clínica, tendo como linha de pesquisa a Carcinogênese Colorretal. Um dos focos de seu estudo está em avaliar esquemas terapêuticos e preventivos para o câncer que acomete um segmento do intestino grosso, chamado cólon, e o reto, canal que leva as fezes até o ânus.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, no ano de 2020, foram diagnosticados mais de 620 mil novos casos de câncer no Brasil e, aproximadamente, 230 mil mortes ocorreram em decorrência da doença. Deste total, houve o registro de 41.010 novos casos de câncer colorretal (20.540 em homens e 20.470 em mulheres).
Apesar da existência de procedimentos avançados para o tratamento de alguns dos diversos tipos de câncer, ainda não se tem uma cura definitiva para a enfermidade. Por isso, César se uniu à professora Tânia Cristina Alexandrino Becker, coordenadora da pesquisa sobre o câncer colorretal e docente do Departamento de Ciências Básicas da Saúde da UEM, para dar apoio à busca de algo que possa fazer diferença na vida de muitas pessoas impactadas com a doença.
Quando se realiza uma pesquisa científica, é importante sempre ter em mente que os resultados são incertos. A comunidade científica tem o entendimento de que uma boa pesquisa não é aquela que traz os resultados esperados pelo pesquisador, mas sim aquela que lança uma hipótese e espera pelas respostas”.
César Agostinho Ferreira, pesquisador de Anatomia Patológica e Patologia Clínica
“Quando se realiza uma pesquisa científica, é importante sempre ter em mente que os resultados são incertos. A comunidade científica tem o entendimento de que uma boa pesquisa não é aquela que traz os resultados esperados pelo pesquisador, mas sim aquela que lança uma hipótese e espera pelas respostas. As respostas nem sempre chegam e é nessa parte que é preciso ter maturidade para lidar com as frustrações. Em algumas situações lança-se uma hipótese e, ao colher os resultados, surgem várias outras novas hipóteses, dúvidas. A pesquisa científica nunca é o fim, mas sempre o começo e é nesse sentido que eu entendo estar caminhando dentro da Universidade. Minha pesquisa abre novos horizontes, indica novos caminhos, refuta ideias ou as embasa mais ainda, e assim segue a ciência”, complementa o pesquisador.
Esse é apenas um exemplo que demonstra como a ciência e o pesquisador científico estão em uma constante busca por descobertas que resultem em melhorias significativas para a sociedade. Não é à toa que existe no calendário uma data dedicada à celebração da ciência e, claro, ao reconhecimento do responsável por fazê-la acontecer realmente, o pesquisador científico, chamado também de cientista.
O 8 de julho de 1948 foi escolhido para homenagear a ciência e quem executa o processo científico porque é o dia da fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Paulo. A entidade vem criando um espaço único de discussão em âmbito nacional de políticas públicas de Ciência e Tecnologia, sendo um dos pilares para professores, alunos e pesquisadores de todo o país, e, sem dúvidas, desenvolvendo um papel importante na história da ciência no Brasil. A homenagem à SBPC foi oficializada pela Lei nº 10.221, sancionada em 2001.
Só em 2008 foi instituído o Dia Nacional do Pesquisador Científico, pela Lei nº 11.807. A data tem como objetivo destacar aqueles que são responsáveis pela produção científica que ocorrem no Brasil, despertando o interesse da população por esse conhecimento.
O que é pesquisa científica?
A pesquisa científica é a aplicação de processos de investigação, que compõem o método científico. Esses métodos são usados para o desenvolvimento de um estudo. Ela não se caracteriza como uma simples suposição, já que se utiliza de elementos que têm base em uma lógica experimental. Portanto, a pesquisa científica é uma investigação bem disciplinada, que possui como principal objetivo solucionar um problema e/ou responder determinadas questões.
Vale destacar, para não confundir, que os temas dessas pesquisas não se restringem às áreas que são comumente associadas pelas pessoas à ciência, como a das ciências biológicas, exatas e da saúde. Elas podem vir de diversas outras áreas: Agrárias, Humanas, Sociais, Linguística, Engenharias… e com a possibilidade de serem multidisciplinares ao se associarem umas às outras, mas sempre mantendo a finalidade de compreender os fatos e gerar novos conhecimentos.
César, o acadêmico de medicina que estuda o câncer conhece bem todo esse processo e fala sobre a importância da pesquisa científica, com ênfase nos estudos e na experiência dele na universidade.
O campo científico e o acadêmico estão bastante relacionados, já que muitas pesquisas são realizadas nas universidades. Nesse meio, os estudantes da graduação começam a ter o contato com o fazer científico e possuem a chance de ainda estreitar esse vínculo no momento da pós-graduação, para os que optarem por seguir a carreira de pesquisador acadêmico, por exemplo. A partir daí, ressalta-se a importância do investimento nas instituições de ensino e da valorização dos trabalhos realizados pelos pesquisadores experientes e iniciantes.
O professor Tiago Franklin Lucena contou para o C² sua relação com a ciência e como formador de novos cientistas. Assista!
O conteúdo desta página foi produzido por
Texto: Maria Eduarda de Souza Oliveira, Milena Massako Ito e Thamiris Rayane Shimano Saito
Supervisão: Ana Paula Machado Velho
Edição de áudio: Milena Massako Ito
Edição de vídeo: Tiago Lucena e Thamires Saito
Arte: John Vitor Makallister Zegobia e Murilo Mokwa