Que tal visitar museus paranaenses nas férias?

A ilustração mostra visitantes observando obras coloridas em uma galeria de arte. Há quadros com temas diversos, como fósseis, animais, plantas e abstrações, em um estilo vibrante e dinâmico. O chão rosa e os detalhes orgânicos destacam a harmonia entre ciência e arte.
O Conexão Ciência preparou um roteiro especial de espaços museais e centros de ciência que atravessam o Paraná e rendem visitas memoráveis

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O recesso de final de ano e as férias escolares estão chegando e muitas famílias vivem um tradicional dilema: o que fazer para aproveitar o tempo livre, de preferência sem longos deslocamentos e quase a custo zero? 

Nada de drama! Temos várias dicas preciosas para quem pode e deseja tirar um tempo para lazer com a família, amigos e, porque não, sozinho mesmo. Se a ideia é aproveitar para se divertir, conhecer outros lugares e adquirir novos conhecimentos, que tal visitar espaços de divulgação científica, alguns vinculados a universidades paranaenses, para dar uma ‘vitaminada’ nas suas férias?

O C² preparou uma lista de vários museus de ciências, centros de memória e outros espaços paranaenses para visitar em dezembro e janeiro, especialmente com as crianças e adolescentes, uma verdadeira aventura no universo da ciência. Todas as indicações estão relacionadas na publicação “Espaços de Divulgação Científica do Estado do Paraná”, lançada em novembro de 2024, e que estarão abertas no período das férias. 

O guia é uma produção do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Paraná Faz Ciência (NAPI PRFC), programa de popularização da ciência financiado pela Fundação Araucária e que conta com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Especialistas integrantes do NAPI reuniram informações para servir de apoio às pessoas sobre 133 espaços de divulgação científica, com uma diversidade de temas que pode interessar a todos e todas dispostos a mergulhar no universo da ciência. Para saber mais sobre o guia, o Conexão Ciência preparou uma matéria especial que pode ser acessada neste link

A imagem traz o mapa do estado do Paraná na cor branca, dividido em mesorregiões, num fundo azul claro. Na parte de cima estão destacadas as regiões Norte e Noroeste na cor preta, indicando as cidades de Londrina onde fica o Museu de Ciência e Tecnologia Cornélio Procópio e o Planetário da UENP e Maringá e o Museu Dinâmico Interdisciplinar, o MUDI; à esquerda estão as regiões Oeste e Sudoeste na cor lilás, com destaque para Toledo e a Usina do Conhecimento da UTFPR, Foz do Iguaçu e o Itaipu Ecomuseu, Cascavel e o Zoológico Municipal e em Pato Branco a Sala de Ciência do SESC; ao centro do mapa, na cor azul, há a indicação das cidades de Ponta Grossa e o Museu de Ciências Naturais da UEPG, Guarapuava e o Museu de Ciências Naturais de Guarapuava e Irati com o Museu de Geociências da Unicentro; na região Leste do estado está representada na cor vermelho terra Curitiba onde há o Museu de Ciências Naturais da UFPR e o Museu de Ciências Forenses e Pinhais com o Parque da Ciência Newton Freire Maia; e à direita está o litoral na cor rosa, onde está localizado o Aquário de Paranaguá. Na parte inferior está a fonte das informações, o NAPI Paraná Faz Ciência, e a autora da arte, Hellen Vieira.

Nosso roteiro de dicas para as férias está dividido por regiões do estado do Paraná. Assim, dependendo de onde você estiver, é possível encontrar um espaço perto ou mesmo próximo da sua localização. A ideia é que o roteiro também desperte a sua curiosidade e, quando estiver em outra região do Paraná, a qualquer época do ano, possa conhecer mais sobre os museus, herbários, planetários, aquários e até parques e bosques que pesquisam, ensinam e preservam a ciência produzida no estado. E sim, as indicações contemplam a entrada livre e gratuita para todas as idades e incluem instalações com acessibilidade.

Ciência da terra e do céu

O passeio começa pela região Norte do Paraná, na cidade-polo de Londrina, onde está o Museu de Ciência e Tecnologia (MCTL). Inaugurado em 2005, o espaço privilegia apresentações de experimentos em Física e Química para a construção de conceitos por meio de um acervo interativo. Localizado no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL), as visitas são monitoradas por estagiários, o que proporciona uma experiência para formação da educação científica, além de aproximar a comunidade escolar da universidade.

Saindo de Londrina, a uma hora pela BR-369 está Cornélio Procópio, onde é possível conhecer o Planetário da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Recém inaugurado, o espaço oferece experiências imersivas para o aprendizado de conteúdos de diferentes áreas como a Astronomia, Ciências Biológicas, Biologia, Física, Química, Geografia e Matemática. Possuindo um software que simula conteúdos da Astronomia em projeções em laser/LED (4k e UHD), o planetário tem capacidade para receber até 31 pessoas a cada sessão. Com certeza, é diversão garantida e muito aprendizado não formal sobre os mistérios das estrelas.

A imagem traz um recorte do mapa do Paraná, na cor branco com o fundo preto, das regiões Norte e Noroeste. Há um destaque para as cidades de Londrina onde fica o Museu de Ciência e Tecnologia (MCTL), Cornélio Procópio e o Planetário da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), e Maringá onde está o Museu Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá (MUDI/UEM). Na parte inferior está registrado a fonte das informações, que é o NAPI Paraná Faz Ciência, e a autora da arte, Hellen Vieira.

Já na região Noroeste, a uma hora e meia de Londrina, está o Museu Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá (MUDI/UEM), o segundo maior museu de ciências no Sul do país. Inaugurado em 1985 como projeto de extensão, o MUDI desenvolve ações por meio de visitas, palestras, cursos, programas de rádio, espetáculos teatrais, musicais e eventos. Possui uma diversidade de projetos de extensão que transitam pela Entomologia, Zoologia, Ecologia, Física, Matemática, Plantas Medicinais e Saúde Humana, entre outras áreas. A quem interessar, o MUDI está aberto nas noites de quarta-feira, até 22 horas, para visitas pré-agendadas.

Conhecimento do mundo humano e animal

Se você está na porção Oeste do Paraná, as opções são muitas e das mais variadas. Se viver em Toledo, ou estiver de passagem, pode conhecer a Usina do Conhecimento da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), centro de divulgação científica e espaço maker para estudantes da Educação Básica e do Ensino Superior, além de formação continuada de professores. Graças ao projeto ‘Aluno Conectado’, o espaço recebe visitas de escolas que desejam desenvolver e reforçar o ensino de ciências e tecnologias. Pessoas curiosas para os assuntos da ciência também são bem vindas.

Localizado a 42 quilômetros de Toledo, a atração científica para as férias é o Zoológico Municipal de Cascavel, localizado no Parque Municipal Danilo Galafassi. Trata-se de um espaço público inaugurado em 1976 para preservar espécies da flora e fauna local, além de exóticas como felinos, leões e tigres. O zoológico desenvolve pesquisas e estudos acadêmicos sobre a conservação das espécies ameaçadas de extinção, bem como ações para educação ambiental e ecoturismo.

A imagem destaca as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná na cor lilás, com o fundo branco, e seleciona as cidades onde ficam os espaços museais. Em Toledo há a Usina do Conhecimento da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); em Cascavel está o Zoológico Municipal; já em Foz do Iguaçu temos o Itaipu Ecomuseu; e Pato Branco dispõe da Sala de Ciência do SESC. Na parte inferior está registrado a fonte das informações, que é o NAPI Paraná Faz Ciência, e a autora da arte, Hellen Vieira.

Se tiver um tempo maior para uma esticadinha, é só seguir 139 quilômetros pela BR-277 e chegar a Foz do Iguaçu que possui atrações que são de encher os olhos como as Cataratas e a Usina Binacional de Itaipu. Em nosso roteiro, indicamos uma visita que vale muito investir: o Itaipu Ecomuseu. Com o propósito de preservar e apresentar a memória da construção de Itaipu, o acervo inclui fotos, infográficos, textos educativos, mapas interativos e objetos da época. Os visitantes podem conhecer como eram os alojamentos dos trabalhadores, que foram reconstruídos nos mínimos detalhes. No Itaipu Ecomuseu também são desenvolvidas ações de ensino e pesquisa para a preservação do meio ambiente, com elementos de Arqueologia, da flora e da fauna locais. 

Deixando Foz do Iguaçu para trás, a próxima parada no nosso roteiro é a Sala de Ciência do Serviço Social do Comércio (SESC) de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná. Com o apoio de mediadores, o espaço estimula a aprendizagem investigativa e autônoma dos visitantes, sejam estudantes ou turistas, através da vivência dos fenômenos científicos relacionados ao Meio ambiente, Física, Química, Filosofia e Astronomia.

Já nas regiões Central e dos Campos Gerais do Paraná, a dica é reservar um bom tempo para visitar três museus universitários que promovem atividades interativas em espaços cuidadosamente preparados para atrair a atenção e promover o conhecimento. A primeira parada é o Museu de Ciências Naturais de Guarapuava, que além de um espaço de divulgação científica, também privilegia a interatividade. Inaugurado em 1998, o local possui coleções de rochas, minerais, fósseis, conchas, animais marinhos, artrópodes e também experimentos de Física nas áreas de Eletricidade e Radioatividade. Vale destacar que o acervo está disponível online, mas o melhor é sempre conhecer presencialmente.

A imagem traz em destaque a região Central do Paraná na cor branca com fundo azul, onde aparecem o Museu de Ciências Naturais de Guarapuava,  
o Museu de Geociências da Unicentro em Irati e o Museu de Ciências Naturais da UEPG em Ponta Grossa. Na parte inferior está registrado a fonte das informações, que é o NAPI Paraná Faz Ciência, e a autora da arte, Hellen Vieira.

Saindo de Guarapuava, sentido Curitiba, no caminho temos Irati, cidade que abriga o Museu de Geociências da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) e comporta um acervo diversificado de aproximadamente 4 mil peças catalogadas. São coleções de invertebrados e vertebrados, inclusive com vários ítens taxidermizados. Na área da Paleontologia, o espaço comporta rochas e fósseis coletados na região central do estado. Além dos estudantes que participam de atividades de pesquisa e extensão, o museu também realiza exposições permanentes, temporárias e itinerantes para escolas e aberta à comunidade.

Já na região dos Campos Gerais, ainda em direção à Curitiba, outra opção é visitar o Museu de Ciências Naturais (MCN) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o mais novo museu do Paraná. Inaugurado em 2019, o MCN nasce no contexto dos projetos de extensão de Biodiversidade e Geodiversidade. Com ações comprometidas com a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o espírito do espaço é integrar pesquisa, ensino e extensão no que se refere às Ciências da Natureza, além de contribuir para o turismo científico no Paraná.

A capital da ciência

Além de ser a capital do Paraná, Curitiba concentra a maior parte dos museus e centros de ciência, que foram selecionados para compor o guia “Espaços de Divulgação Científica”. São 20 museus científicos localizados na cidade, dos quais escolhemos dois que merecem uma atenção especial de quem vem turistar na terra das araucárias. O Museu de Ciências Naturais (MCN) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) é uma referência na área das Ciências Biológicas e História Natural do Paraná, com reconhecida relevância educacional, histórica e política. Inaugurado em 1994, além de coleção expositiva para visitantes, o MCN possui um acervo científico para a consulta de pesquisadores. 

Recentemente, o MCN adquiriu uma réplica de uma preguiça gigante, de 3 m de altura, uma espécie da Megafauna que viveu na última Era do Gelo. O espaço faz parte do NAPI Paraná Faz Ciência e está comprometido com ações de pesquisa e extensão e para a popularização da ciência. 

A imagem traz o mapa da região Leste do Paraná, com destaque para Curitiba e os museus de Ciências Naturais da UFPR e o de Ciências Forenses e a cidade de Pinhais, onde está localizado o Parque da Ciência Newton Freire Maia. Na parte inferior está registrado a fonte das informações, que é o NAPI Paraná Faz Ciência, e a autora da arte, Hellen Vieira.

Sem medo de errar, outra super dica de turismo científico em Curitiba é o Museu Paranaense de Ciências Forenses. O espaço nasceu em 1910 como o Museu do Crime com o objetivo de organizar exposições sobre instrumentos apreendidos pela polícia científica. Além de livros, documentos, arquivos e fotografias, o acervo também abriga ossos, peças anatômicas e muitos objetos de cenas de crimes. O diferencial deste museu é que estão previstas ações interativas para que o público conheça a profissão da polícia científica e suas ações para combater o crime.

Colada na capital, a cidade de Pinhais não deixa a dever em termos de divulgação da ciência. O Parque da Ciência Newton Freire Maia é um espaço dinâmico com cinco pavilhões para atividades sobre ciência, tecnologia, arte e cultura. Inaugurado em 2002, o parque tornou-se referência na popularização da ciência, o que lhe rendeu vários títulos e prêmios, tanto nacionais como internacionais. Vinculado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), o parque leva o nome do geneticista e professor da UFPR, Newton Freire Maia. 

Vida marinha

A imagem traz a região do litoral do Paraná, onde está o Aquário Marinho de Paranaguá. Na parte inferior está registrado a fonte das informações, que é o NAPI Paraná Faz Ciência, e a autora da arte, Hellen Vieira.

Depois de passear por várias regiões do estado, nosso roteiro de férias termina com uma visita ao Aquário Marinho de Paranaguá. Com mais de 2 mil metros quadrados de estrutura, é um local pensado para criar uma relação entre ensino, pesquisa e o lazer, aproximando os visitantes de espécies marinhas do litoral paranaense e de outros locais. O aquário também faz o papel de preservação e tratamento de animais que estavam em cativeiro, como peixes e répteis, bem como acolher espécies que chegam às praias como pinguins. Através do Programa de Educação Ambiental (PEA), o aquário permite a vivência e o conhecimento que podem fazer a diferença na compreensão e no respeito à natureza.

Agora que você chegou até aqui, temos uma boa notícia: este roteiro é uma obra aberta, que pode ser percorrido em qualquer sentido, sempre em busca de popularizar e valorizar a ciência e os cientistas. E, claro, pode ser acrescentado com outros espaços de divulgação científica que funcionam o ano todo.

Para nós, do Conexão Ciência, fica a certeza de que as indicações podem ser conferidas em uma ou várias férias, ou sempre que você tiver um tempo livre.

E viva a Ciência! Literalmente!

EQUIPE DESTA PÁGINA
Texto:
Silvia Calciolari
Revisão: Ana Paula Machado Velho
Arte: Hellen Vieira
Supervisão de arte: Tiago Franklin Lucena
Edição Digital: Gutembergue Junior

A pesquisa que mencionamos contribui para os seguintes ODS:

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A ilustração mostra visitantes observando obras coloridas em uma galeria de arte. Há quadros com temas diversos, como fósseis, animais, plantas e abstrações, em um estilo vibrante e dinâmico. O chão rosa e os detalhes orgânicos destacam a harmonia entre ciência e arte.
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