Oportunidades para os museus de ciência em meio à pandemia

A tecnologia se mostrou uma grande aliada para os museus continuarem a divulgar a ciência

A pandemia do Coronavírus fez com que todas as esferas da sociedade tivessem que se adaptar e encontrar novas maneiras para suas existências, uma delas foram os museus. Apesar dos desafios enfrentados por cada um deles, no Estado do Paraná, nesse momento em que as atividades presenciais foram suspensas, a 18ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação mostrou que diversas oportunidades também foram geradas, auxiliando na manutenção da divulgação científica realizada pelos museus nesse período. 

Mudi

O Museu Dinâmico Interdisciplinar, o Mudi, da Universidade Estadual de Maringá (Mudi/UEM), surgiu em 1985 como um modo de fortalecer os pilares de ensino, pesquisa e extensão, reunindo atividades de diversas áreas do conhecimento. Para isso, realiza eventos que contam com a participação ativa dos alunos dos mais variados cursos da UEM, integrando conhecimentos sobre educação, arte e ciência.

Com a pandemia, a equipe do museu sentiu a necessidade de se reinventar e encontrar novas formas de continuar realizando a divulgação do conhecimento científico produzido dentro da Universidade. Diante disso, foi criado o canal do Youtube da Associação dos Amigos do Mudi (Amudi) para que os projetos do museu passassem a ser desenvolvidos no formato remoto. 

Dentre as ações realizadas pelo Mudi nesse período, destacam-se cursos, seminários, mesas redondas e palestras show, além de séries de vídeos sobre diversos temas publicados mensalmente no canal. Desde sua criação, o canal da Amudi já atingiu mais de 150 mil visualizações, ilustrando o grande potencial de alcance que os recursos on-line viabilizam. 

Apesar de todas as mudanças realizadas e da falta do contato presencial, as ações remotas conseguiram manter o local em constante atividade e geraram diversas oportunidades. O ProMud, que envolve todas as atividades do museu, identificou no relatório anual de 2020, que, mesmo com a pandemia, o número de beneficiários dos trabalhos realizados pelo Mudi foi de 369.341 pessoas. Outra possibilidade gerada com o trabalho remoto foi o alcance de um público muito diversificado geograficamente. O coordenador do Mudi, o  professor Marcílio Hubner de Miranda Neto, comenta sobre a dimensão de todo esse alcance e da importância das ações do Mudi chegarem para mais gente.

🎧 Dimensão das ações realizadas pelo Mudi na pandemia

As ações on-line, além de permitirem o alcance desse público distante, também colaboram com a introdução da tecnologia dentro da perspectiva dos museus. Mesmo quando todos estiverem vacinados e as atividades presenciais forem retomadas, a inserção tecnológica manterá sua relevância. 

“Quem não conseguir comparecer presencialmente conseguirá acessar os eventos de forma on-line e assistir aos vídeos educativos do canal da Amudi. Há, também, a possibilidade daqueles que possuem compromisso no horário do evento ao vivo assistirem à transmissão em outro momento, porque ela fica disponível para o usuário mesmo após ser finalizada”, ressalta Marcílio.

Além do mais, pessoas de outras regiões do país e do mundo poderão conhecer mais sobre o museu, mesmo que não esteja fisicamente presente em Maringá, graças à tecnologia que possibilitou a criação de uma série de vídeos no canal do Youtube, que funciona como um “tour virtual” do Mudi. Nesses vídeos, são apresentadas as áreas do museu com as explicações dos monitores que atuam por lá, assim como ocorrem nas visitas presenciais. Confira abaixo um deles:

Todas essas possibilidades são oportunidades que foram geradas ao Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM após o início da pandemia e também à capacidade de inovação e reinvenção de uma equipe disposta a manter o funcionamento do museu e a continuidade da divulgação científica na Universidade. 

Museu de Ciências Naturais da Unicentro 

Enfrentando, também, o momento de pandemia, o Museu de Ciências Naturais da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) buscou formas de manter o contato com o público, mesmo que no formato virtual. O museu, localizado em Guarapuava, no Paraná,  funciona desde 1998 e surgiu de uma parceria entre a Unicentro, a Secretaria do Meio Ambiente da prefeitura de Guarapuava (Semag) e a Fundação Professor João José Bigarella.

A tecnologia e as inovações começaram a estar presentes nesse local ainda antes do início da pandemia. Exposições e visitas interativas com uso de QR Codes já mostravam o potencial de usar os recursos on-line para complementar a experiência de visitação do museu. Porém, quando os contatos passaram a ser proibidos e a única escolha era utilizar o espaço virtual, a equipe responsável decidiu ir além e alcançar seus objetivos, mesmo com os impedimentos. 

Foi nesse momento que o site do museu entrou no ar, apresentando uma breve explicação e informações sobre o local. Mais do que isso, um tour virtual foi inserido neste espaço, de modo que pessoas de todos os lugares do mundo pudessem acessar e ter a experiência de visitação e conhecimento do museu. Clique aqui para acessar o tour virtual!

Mesmo com a flexibilização das restrições e quando as visitações puderem ser retomadas, o espaço criado virtualmente poderá ser mantido, visando a transmissão de informações, conhecimentos e experiências aos usuários. 

Os museus aproximam e oferecem ao público um contato direto com a ciência, possibilitando experiências únicas. Além disso, seu papel na divulgação científica é extremamente importante, por levar a essas pessoas os conhecimentos desenvolvidos dentro do meio acadêmico. Com isso, é necessário que, mesmo em períodos desafiadores, os museus mantenham seu papel e incentivem os indivíduos a conhecerem mais sobre ciência, já que cada oportunidade proporcionada para e pelos museus demandam desafios para se realizar. O diretor do Museu de Ciências Naturais, Rodrigo Oliveira Bastos, explica a importância de se falar sobre a ciência e de seu funcionamento:

🎧 O papel do Museu na divulgação da ciência

O conteúdo desta página foi produzido por

Texto: Valéria Quaglio
Edição de áudio: Maria Eduarda Oliveira
Supervisão: Ana Paula Machado Velho
Arte: John Zegobia
Supervisão de Arte: Thiago Franklin Lucena
Edição Digital: Gutembergue Junior

A pesquisa que mencionamos contribui para os seguintes ODS:


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